Nesta última quarta-feira (19/03), o Comitê de Política Monetária decidiu elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano. Este é o quinto aumento consecutivo da taxa Selic desde setembro de 2024, atingindo o percentual mais alto desde outubro de 2016.

O Copom justificou a decisão devido ao cenário inflacionário adverso, especialmente em razão do aumento nos preços dos alimentos, que mantêm a inflação acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No entanto, o comitê indicou que, caso o cenário evolua conforme o esperado, em sua próxima reunião, prevista para maio, poderá haver um ajuste menor na taxa.

Além disso, o Comitê expressou preocupação com as incertezas externas, especialmente relacionadas à política econômica dos Estados Unidos e possíveis impactos no comércio internacional, que podem afetar a economia brasileira. O comitê ressaltou que a continuidade do ciclo de aperto monetário dependerá da evolução das expectativas de inflação, do ritmo de desaceleração econômica e dos riscos associados ao cenário internacional.

Em relação às projeções econômicas, o Copom reviu a estimativa de inflação para 2025, passando de 5,2% para 5,1%, e para o terceiro trimestre de 2026, de 4,0% para 3,9%. Apesar da expectativa de desaceleração econômica, o comitê observou sinais de resiliência na atividade econômica e no mercado de trabalho.

No geral, o Copom mantém uma postura vigilante diante dos desafios inflacionários e das incertezas externas, comprometido com o retorno da inflação à meta, mas sinaliza que os próximos ajustes na taxa Selic poderão ser menores.