No nosso último Edital de Mercado refletimos sobre as possibilidades de redução da Taxa Selic, além da temperatura do pronunciamento do Banco Central em relação aos próximos encontros. No Edital dessa semana, analisamos como foram essas previsões, além de refletirmos sobre o discurso do Comitê.

Nessa última Quarta-Feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a sexta redução consecutiva da taxa básica de juros, de 0,5 ponto percentual, alcançando a marca de 10,75% na segunda reunião do ano.

A decisão foi unânime e não surpreendeu o mercado. O que todos ficaram de olho era em relação ao pronunciamento. O texto que acompanha a decisão indicou apenas mais um corte de mesma magnitude, na próxima reunião marcada para 7 e 8 de maio.

“Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião.”

Segundo o BC, a conjuntura atual é caracterizada por um estágio de desinflação que tende a ser mais gradual, com expectativas de inflação ancoradas apenas parcialmente e um cenário global desafiador. Ou seja, a preocupação com a inflação ainda persiste entre os membros do comitê de política monetária, mas de uma forma muito mais moderada.

“O ambiente internacional continua volátil, com debates sobre o início do afrouxamento da política monetária nas principais economias e a velocidade com que a queda da inflação será sustentada em vários países. O Comitê reafirma a importância de manter uma política monetária contracionista até que não apenas o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em relação às suas metas, se consolidem.”

Como, em 2024, a meta da taxa terminal da Selic é de 9,0%, eventualmente o discurso do Copom seria de “menos redução”. O fato de mencionarem apenas mais um corte, de mesma magnitude, na próxima reunião deixa um clima de incerteza sobre o que pode acontecer nos próximos encontros. Por isso, precisamos agora avaliar o andamento do mercado até a próxima reunião, sempre analisando a inflação, mercado interno e dinâmicas do mercado externo.