O mercado imobiliário brasileiro apresentou um crescimento significativo no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). De acordo com dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foram vendidas 102.485 unidades residenciais entre janeiro e março, representando um aumento de 15,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, foram lançadas 84.924 unidades, uma alta de 15,1% na comparação anual.
O programa MCMV teve papel fundamental nesse desempenho, sendo responsável por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no primeiro trimestre. As condições mais acessíveis de crédito e o aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais contribuíram para esse resultado. Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, “a força do MCMV, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”.
Regionalmente, o Nordeste destacou-se com um crescimento de 27,3% nas vendas, seguido pelo Norte, com 16,5%. A CBIC associa esses desempenhos à concentração regional do programa MCMV. No entanto, a oferta final de imóveis caiu para 287.980 unidades, uma redução de 4,6%, devido à combinação entre aumento nas vendas e redução no ritmo de lançamentos imobiliários fora de programas sociais.
Para os próximos meses, a CBIC projeta a manutenção desse patamar elevado de resultados no mercado imobiliário, impulsionado pela consolidação da Faixa 4 do MCMV, que atende famílias com renda entre R$8 mil e R$12 mil. Entretanto, destaca-se o desafio de manter a oferta na mesma velocidade da demanda, especialmente no caso das moradias populares. A resiliência do mercado imobiliário é evidente, com o desejo do brasileiro pela casa própria continuando a mover o setor, apesar da taxa Selic elevada e das incertezas macroeconômicas.
O primeiro trimestre de 2025 evidenciou a importância do programa Minha Casa, Minha Vida no crescimento do mercado imobiliário brasileiro. Com o aumento das vendas e lançamentos, especialmente nas regiões Nordeste e Norte, e a expectativa de manutenção desse desempenho nos próximos meses, o setor demonstra resiliência e capacidade de adaptação às condições econômicas atuais.