Na última quarta-feira (6) o comitê de políticas monetárias, COPOM, decidiu unanimemente por elevar a Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano.
Segundo Sérgio Goldenstein, chefe-estrategista da Warren Investimentos, os fatores de risco destacados pelo COPOM são: a depreciação do real, as expectativas de inflação desancoradas, a alta dos preços próxima do teto de 4,5% da meta do BC, o mercado de trabalho aquecido – o que tende a sustentar o consumo e a inflação – e o prêmio de risco elevado do país.
Para o Banco Central, o cenário externo continua desafiador em função das incertezas sobre as políticas econômicas dos Estados Unidos e pela determinação das principais economias em promover a convergência das taxas de inflação em um ambiente marcado por pressões no mercado de trabalho. Além disso, diante do atual cenário político global, a tendência é que ocorra uma menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, o que exigirá maior cautela nos países emergentes.
Enquanto no cenário doméstico, o COPOM aponta que os indicadores de atividades econômicas e do mercado de trabalho seguem apresentando dinamismo. Mas para Helena Verono, o mais preocupante é o cenário fiscal do país. “O governo não está fazendo os cortes necessários para cumprir com o arcabouço, e o clima se deteriorou porque o governo disse que anunciaria as novas medidas após as eleições. É um cenário preocupante oriundo do fiscal. Não basta o anúncio, tem que ser anunciadas medidas críveis. Enquanto não acontecer, o mercado seguirá em alerta”, diz a economista-chefe da B.Side Investimentos.Sendo assim, o Copom justifica a alta na taxa básica de juros como uma decisão estratégica necessária para garantir a convergência da inflação ao redor da meta a longo prazo, sem prejudicar o objetivo fundamental de assegurar a estabilização dos preços. Segundo o comitê, “essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.