O Edifício Louvre, projetado pelo paulistano João Artacho Jurado na década de 1950, se estende por mais de 70 metros ao longo da Avenida São Luís, no centro de São Paulo. O que muitos não sabem, porém, é que no terreno foram construídos dois prédios distintos, um de frente e um de fundos, separados por 8 metros de vão livre. Todo mundo que passa pelo centro conhece o edifício Louvre, e poucos sabem que atrás dele sobe o Edifício Pedro Américo.
O Edifício Louvre foi o último prédio projetado por Artacho a ficar pronto, em meados dos anos 1960. O arquiteto foi o precursor do que hoje chamamos de “condomínios-clube”. Seus projetos contavam com várias comodidades, como salão de festas, playground, restaurantes, bares e lojas no térreo. Um pacote atrativo à classe média, que via nisso a possibilidade de morar no centro, em apartamentos compactos, com as facilidades de um condomínio.
Ao todo, são 53.000 m² de área construída, com dois blocos distintos e sem comunicação entre eles, sendo 25 andares no total, com 14 unidades tipo por andar. O projeto original previa 374 apartamentos e 45 lojas. Durante a fase de construção, porém, o projeto foi mudado para que mais garagens fossem feitas, e assim o número de apartamentos caiu para 312, isso porque alguns pavimentos até o quinto andar perderam o uso residencial para dar espaço aos carros dos condôminos.
O edifício é dividido em 4 blocos residenciais: “Rembrandt”, “Da Vinci”, “Renoir”, e “Velasquez”. Ou seja, no Louvre não podiam faltar os artistas de renome mundial. A construção desse edifício, que hoje nos parece lindo e totalmente integrado com a Avenida São Luís, porém, não foi nada fácil. Devido aos problemas financeiros e judiciários que a construtora Monções estava enfrentando, o edifício foi entregue à comissão de obras do condomínio, que concluiu a obra após 15 anos de seu início.
Este foi o último projeto de grande porte na cidade de São Paulo de Artacho Jurado, por causa sobretudo dos problemas administrativos e judiciais de sua construtora, a Monções. Curiosidade: Artacho Jurado demorou muito tempo para conseguir escolher a cor de rosa exata para o Edifício. As pastilhas de vidro foram fornecidas pela Vidrotil, que foi parceira dele em muitas obras e por isso lhe permitia realizar encomendas personalizadas, criando para ele cores que não estavam no próprio catálogo.