BOLETIM FOCUS: PRÉ-COPOM MAIO 2024

Nesta edição do Edital Mercado, prosseguimos com a análise do Comitê de Política Monetária (Copom). No último texto, discutimos a previsão de redução da Taxa Selic em 0,5%, chegando a 10,25%. No entanto, os últimos dias têm sido mais incertos.

Há quase um ano não havia tanta incerteza antes de uma reunião, segundo os agentes econômicos. Nas seis últimas reuniões, de agosto de 2023 a março de 2024, houve sempre um consenso sobre os cortes de 0,50 na taxa Selic.

Durante esse período, os juros referenciais caíram de 13,75% para os atuais 10,75% ao ano. Até recentemente, era amplamente esperado que, nesta quarta-feira (8), houvesse um corte semelhante (nas palavras do próprio Copom), com alguma indicação do que poderia ocorrer nas próximas reuniões.

Entretanto, tudo mudou. Isso porque no mais recente Relatório Focus, divulgado na ontem, segunda-feira (6), a projeção dos profissionais do mercado financeiro para os juros em dezembro voltou a subir, atingindo 9,63%, em comparação com os 9,50% da semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa era de 9,00%.

Outro fator relevante é o impacto das inundações no Rio Grande do Sul, um importante elo na cadeia alimentar brasileira. O Estado é um grande produtor de grãos e proteína animal, e suas lavouras e cooperativas foram severamente afetadas. Além disso, a infraestrutura, incluindo estradas e pontes, sofreu danos significativos.

Com esses números, a incerteza do mercado aumentou em relação a reunião do Copom. Diferentemente da última reunião (março de 2024), em que as expectativas nas Digitais de Copom indicavam unanimemente um corte de 0,50 ponto percentual, desta vez o mercado está mais dividido.

Nesta semana, a maioria das previsões aponta para uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual na Selic, passando de 10,75% para 10,50%, enquanto uma minoria espera a manutenção do ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual.

Como ainda é cedo para avaliar o impacto das enchentes sobre a inflação, é razoável supor que o Copom adotará uma postura cautelosa e desacelerará o ritmo de corte da Selic. É comum para os bancos centrais agirem com moderação, a fim de manter margem de manobra no futuro.

A avaliação é que, se o Copom continuasse reduzindo os juros no mesmo ritmo das últimas seis reuniões, poderia ser forçado a interromper a queda ou até mesmo aumentar as taxas no futuro, o que causaria instabilidade desnecessária no mercado.

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