O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em sua reunião realizada nesta quarta-feira (31), optou por uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, ajustando-a de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano. Este movimento representa o quinto corte consecutivo na taxa básica de juros, iniciado em agosto de 2023. A decisão foi unânime, e a taxa atinge seu menor patamar desde março de 2022.

No comunicado divulgado após a reunião, o Copom reiterou a possibilidade de novos cortes na Selic, mantendo o patamar de 0,5 ponto percentual, nos próximos encontros. Além disso, enfatizou a importância da execução das metas fiscais preestabelecidas para ancorar as expectativas de inflação e, por conseguinte, orientar a política monetária, reafirmando uma diretriz já presente em comunicados anteriores.

Em relação à economia brasileira, o Copom avalia que, embora o ambiente externo esteja incerto, a inflação ao consumidor mantém uma trajetória de desinflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, apresentou uma alta de 0,31% em janeiro, com uma leve desaceleração em comparação com o mês anterior.

O Copom reforça a necessidade de serenidade e moderação na condução da política monetária, destacando a importância de persistir com uma abordagem contracionista até a consolidação do processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas estabelecidas.

No cenário internacional, o contexto de recuo nos preços das commodities, estabilidade na taxa de câmbio e a tendência benigna das medidas de núcleo da inflação corrente são aspectos favoráveis. Por outro lado, o aumento das tensões geopolíticas e a aceleração dos salários reais no mercado de trabalho doméstico representam desafios adicionais.

Por fim, analistas convergem na perspectiva de manutenção do atual plano gradual de retirada da restrição de política monetária, considerando a resistência da inflação, o crescimento sustentado por consumo e a cautela necessária em um ambiente de expectativas de inflação desancoradas no médio prazo. O Bank of America prevê que o Copom destacará pontos de atenção, como a incerteza fiscal e os riscos geopolíticos, para justificar a manutenção do ritmo de cortes de 50 pontos-base nas próximas reuniões.