ENTENDA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA GOL

A companhia aérea Gol surpreendeu o mercado na última quinta-feira (25) ao apresentar um pedido de recuperação judicial à justiça dos Estados Unidos. O processo foi acatado pelo Tribunal de Falências de Nova York no dia seguinte, marcando um capítulo significativo na história da empresa.

O cenário financeiro da Gol se mostrou delicado, com um endividamento de expressivos R$ 20,17 bilhões ao final de dezembro. Os ativos não auditados totalizaram R$ 16,83 bilhões, enquanto o patrimônio líquido estava negativo em R$ 23,35 bilhões, segundo informações divulgadas pela própria companhia.

Analistas apontam que o acúmulo de passivos desde o período da pandemia de covid-19 foi um dos principais desafios enfrentados pela Gol. Mesmo diante de um cenário favorável para as empresas de transporte aéreo, com tarifas atingindo máximas históricas, a companhia não viu alternativa senão entrar com o pedido de recuperação judicial.

A Gol vinha tentando lidar com sua dívida elevada, buscando revisar a estrutura de capital com a ajuda da consultoria Seabury Capital. A dificuldade, segundo o CEO Celso Ferrer, foi atribuída aos “desafios gerados pela pandemia”.

O cronograma de entrega das novas aeronaves é apontado como um ponto crucial no processo de recuperação. A Gol listou a demora na entrega como uma das causas do desequilíbrio de caixa. A recepção do anúncio da recuperação judicial pelos passageiros ainda não está clara, mas analistas do Citi Bank destacam que o Chapter 11 pode impactar negativamente na demanda e reduzir as chances de um IPO pela Abra, controladora da Gol.

O recurso utilizado pela Gol foi o Chapter 11, um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos que permite que as empresas continuem operando enquanto buscam reestruturar suas contas e fortalecer seu capital. Com a aprovação da justiça norte-americana, a Gol terá acesso a um crédito de US$ 950 milhões obtido pela Abra, o grupo controlador da Gol e da Avianca.

A estratégia adotada pela Gol segue um padrão semelhante ao utilizado pela Latam após a pandemia de covid-19. Dois anos após o processo de recuperação, a empresa opera normalmente. Analistas do setor reforçam que a legislação americana é ágil, facilitando uma recuperação.

A Gol aguarda a aprovação da Justiça norte-americana do DIP Financing de US$ 950 milhões, que proporcionará liquidez substancial para apoiar as operações durante o processo de reestruturação financeira. O desfecho desse processo permanece incerto, e a empresa enfrenta o desafio de reverter seu quadro financeiro delicado para manter sua posição no mercado aéreo.

No Ibovespa, as ações da Gol engatam nova queda no pregão desta terça-feira (30). Após começar o dia em leilão, GOLL4 chegou a cair mais de 35%, sendo que na véspera já havia recuado 33,61%.

Para os acionistas, a saída da Gol dos índices da B3 não altera diretamente a negociação das ações, que continuam sendo realizadas, porém, agora listadas sob o título de “outras condições”. A mudança afeta principalmente os fundos de índice, que serão obrigados a vender os papéis da empresa.

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